Digitalização do Setor de Saúde: Rumo a Sistemas de Saúde Modernos e Interconectados

Digitalização do Setor de Saúde: Rumo a Sistemas de Saúde Modernos e Interconectados

Alguns analistas se referem à digitalização do setor de saúde como a digitalização de processos, entretanto, a digitalização de processos está longe do que é atualmente exigido pelos sistemas de saúde para melhorar a saúde e enfrentar futuras ameaças à saúde pública.

Segundo os especialistas em tecnologia, digitalizar significa “converter algo físico, como um texto, em uma representação digital; converter ou codificar em números digitais, dados ou informações contínuas como uma fotografia, um documento ou um livro”.No entanto, este conceito fica aquém quando queremos tratar de uma questão tão necessária e complexa como o uso de novas ecnologías e processos digitais para alcançar um sistema de saúde moderno e interconectado, que racionalize processos, maximize a produtividade dos recursos humanos em um hospital e melhore a experiência do paciente.

Novas tecnologias e novos modelos de prevenção e assistência médica

O uso de novas tecnologias no setor de saúde, tais como inteligência artificial, análise de grandes volumes de dados, uso de aplicações,  dispositivos móveis e armazenamento de informações na nuvem, entre outras coisas, podem ajudar os governos a melhorar os sistemas de saúde. Um modelo moderno requer o uso extensivo de tecnologias que possibilitem melhores cuidados médicos, melhores resultados na saúde, otimização dos serviços, mas acima de tudo melhorar a experiência do paciente e melhorar ou desenvolver novos modelos de prevenção e saúde.

Um Hospital Interconectado e Eficiente

A digitalização é um desafio para as diferentes áreas de um hospital, desde cuidados ambulatoriais ou de emergência, até serviços de diagnóstico como radiologia e laboratórios de análises clínicas ou até mesmo a farmácia Hospitalar.  Mas não só a digitalização é o problema, é necessário não só que o paciente não receba mais um diagnóstico, uma prescrição ou um cartão de cobrança em papel, mas também que tudo relacionado à sua saúde possa ser um registro eletrônico. É então necessário que todos os dados do paciente sejam processados tecnologicamente e que as diferentes áreas de um hospital possam ser interligadas para oferecer soluções abrangentes às necessidades de uma população doente. Um médico deve ser capaz de ver o histórico de seu paciente, os últimos resultados de seus testes clínicos e os tratamentos que ele recebeu ao longo de sua vida; também poderia emitir uma prescrição e fazer o sistema detectar os inventários da farmácia para ver os medicamentos disponíveis e poderia selecionar o tratamento apropriado e a farmácia receberia automaticamente o pedido para que o paciente pudesse receber o medicamento antes de sair do hospital, para que pudesse ser um hospital interconectado e eficiente, mas para muitos isto pode soar como ficção científica.

E assim como aconteceria em um hospital eficiente, todo um sistema de saúde deveria estar conectado para que a informação do paciente esteja disponível sempre que houver acesso a um computador e à Internet. Entretanto, a situação tem forçado as autoridades sanitárias, a comunidade médica, os pacientes e as empresas a repensar os modelos operacionais de um sistema de saúde no qual sustentabilidade, qualidade e participação são fundamentais para avançar e melhorar a qualidade dos serviços em um cenário com poucos recursos financeiros, humanos e de equipamentos onde a digitalização e o uso de novas tecnologias têm ficado para trás.

Para uma sociedade mais saudável e mais produtiva

A rápida adoção de novas tecnologias é fundamental; é necessário investimento em educação focada nos benefícios para todos no setor de saúde: médicos, pacientes, profissionais de saúde e pessoal administrativo, e que as empresas e governos possam trabalhar de forma coordenada com uma visão de longo prazo e uma política pública que promova a adoção de novas tecnologias para reduzir custos, aumentar a produtividade do pessoal de saúde e alcançar uma sociedade mais saudável e produtiva.

Foram feitos progressos significativos em termos de regulamentação e políticas implementadas por organizações como a OMS. Entretanto, há necessidade de uma liderança pública clara e da participação decisiva das empresas que desenvolvem as tecnologias para avançar em direção a um sistema de saúde moderno e interconectado, no qual a interoperabilidade é fundamental. Não se trata de criar soluções de curto prazo para um hospital ou uma região, mas de pensar a longo prazo e investir os recursos necessários para provocar mudanças reais e obter benefícios em todo um sistema de saúde.

Os benefícios vão desde a análise de grandes volumes de dados para tomar melhores decisões de saúde pública, até o uso de inteligência artificial que pode ajudar os médicos a encontrar tratamentos individualizados para certas doenças como o câncer e, acima de tudo, o que está atualmente em discussão entre especialistas em saúde, para conseguir a transição de um sistema curativo para um sistema preventivo.

 

É hora de investir em saúde, pesquisa e desenvolvimento e implementação de novas tecnologias e de que todos os componentes do setor de saúde se engajem ativamente na criação de uma política pública voltada para a transformação que os sistemas de saúde exigem, e no uso de ferramentas que permitam tomar melhores decisões para enfrentar com sucesso as ameaças presentes e futuras à saúde pública.

Javier Marín Director Senior LLYC Healthcare Américas

Javier Marín Director Senior LLYC Healthcare Américas