Durante a última década, houve muitos desenvolvimentos impressionantes na área da saúde, desde operações robóticas, implantes impressos em 3D e grandes programas de análise de dados, que resolvem preocupações relacionadas à saúde em segundos. Temos testemunhado como a inteligência artificial pode ser usada para diagnósticos mais rápidos e precisos, e como os dispositivos móveis e outras aplicações podem monitorar e controlar pacientes cronicamente doentes. Há muito mais processos digitais ou programas, aplicações e equipamentos de alta tecnologia que podem ter um impacto significativo na rápida recuperação dos pacientes e ajudar a reduzir os custos de saúde, entre outros benefícios. Todos esses avanços podem parecer ficção científica, mas a realidade é que estamos caminhando para uma rede de hospitais cada vez mais inteligente e interconectada.
A percepção dos hospitais como lugares frios, com móveis desconfortáveis e tecnologia limitada, está começando a mudar. Os hospitais têm se tornado instalações cada vez mais modernas com unidades de terapia intensiva altamente equipadas com áreas de atendimento ao paciente, onde eles e suas famílias podem ter uma experiência mais agradável durante seu tempo no hospital. Isso não só beneficia o paciente, mas também os profissionais de saúde e o sistema em geral.
A pandemia expôs os desafios no setor de saúde e revelou a necessidade de melhor infra-estrutura e tecnologia nos hospitais. Os trabalhadores da área de saúde enfrentam enormes cargas de trabalho e, como resultado, também enfrentam muitos pacientes infelizes. Atualmente os pacientes estão mais bem informados, exigem melhores cuidados e querem estar envolvidos na determinação de suas opções de tratamento.
Alguns hospitais já se voltaram para empresas tecnológicas para avançar em direção a um hospital mais conectado e ‘inteligente’ que os ajudará a desenvolver seus serviços e melhorar ainda mais as experiências dos pacientes, cuidadores e médicos. Estes hospitais estão investindo em tecnologia que facilita a conexão e conectividade entre colegas de trabalho, incluindo equipamentos em salas e várias enfermarias hospitalares, assim como aplicações e informações instantâneas que lhes permitem responder mais eficientemente às necessidades dos pacientes e seus médicos. De acordo com vários especialistas entrevistados pela LLYC, algumas das soluções que estão sendo implementadas agora em novos hospitais interconectados incluem inteligência artificial, automação de fluxo de trabalho e soluções de mobilidade. Elas também incluem tecnologia de ponta em certas áreas de especialidade como cardiologia e cuidados intervencionistas, uma vez que esses hospitais querem oferecer uma experiência única focada em resultados, em vez de se concentrar apenas em tratamentos e volumes de inventário.
Digitalização X Inteligência
Às vezes assumimos que a digitalização é sinônimo de inteligência quando se trata de serviços de saúde. Entretanto, de acordo com especialistas, implementar sistemas digitais como processos robóticos automatizados é um passo para um serviço mais inteligente, mas não é visto como um hospital ‘inteligente’.
Como funcionam os ‘hospitais inteligentes’?
Para algumas empresas de tecnologia da saúde, a integração da tecnologia pode começar em uma sala onde diferentes sistemas são integrados para responder às necessidades específicas de cada paciente. Também inclui o monitoramento dos equipamentos médicos, iluminação, cortinas e camas com sensores que medem os sinais vitais do paciente e o peso corporal, só para citar alguns. Além disso, agora é possível estender estes serviços de monitoramento e controle às residências dos pacientes por meio do uso de aplicativos.
Esses tipos de hospitais também incorporam análise de dados para facilitar a pesquisa médica e permitir uma melhor tomada de decisões e realidade aumentada para ajudar a treinar o pessoal de saúde. Esses hospitais também utilizam plataformas de nuvem para agregar e analisar grandes volumes de dados, o que também é útil para imagens e diagnósticos, juntamente com aplicativos e a Internet das coisas.
Assim como um hospital, todo um sistema de saúde deve ser digitalizado e interligado para que as informações dos pacientes estejam disponíveis por meio de um computador com acesso à internet e sejam exclusivas para o pessoal autorizado. Quando falamos de um sistema de saúde, estamos falando de todos os hospitais, independentemente de pertencerem ao setor público ou privado, aos serviços estaduais ou regionais ou aos serviços nacionais ou subsistemas de saúde, o que é frequentemente o caso em alguns países da América Latina, onde o sistema de saúde integra serviços médicos de diferentes setores.
Sem dúvida, a tecnologia permite processos mais eficientes, beneficia os pacientes, aumenta a produtividade dos médicos, reduz o número de dias que um paciente passa no hospital e cria um sistema de saúde eficiente, resultando em última instância em menores custos e melhor assistência médica.
Javier MarínDirector Sénior de Healthcare Américas de LLYC
